Vítima de ofensas e de ameaças na tarde de sexta-feira (05/09), dentro de um ônibus circular 21, em São Vicente, a jornaleira aposentada Maria de Lourdes Roso Nishikawa, de 78 anos, revelou que não pretende buscar punição à mulher que a agrediu verbalmente.
“Só quero esquecer tudo o que aconteceu. Não fiz boletim de ocorrência e não vou à Justiça. Vou conversar com o meu advogado, que é amigo da família, só para ele ter conhecimento do que houve”, disse a aposentada em sua casa, com exclusividade,ao
A idosa não quer alarmar a família. “Eu não comentei nada com nenhum parente. Todos moram em São Paulo e, recentemente, tive um enfarto e não quero preocupá-los”.
De acordo com Maria de Lourdes, o desentendimento teve início após ela ingressar no coletivo da Viação Piracicaba e parar em pé ao lado dos assentos preferenciais.
Um deles era ocupado pela agressora, que não parecia ter 60 anos.
“Eu subi no ônibus no Centro da Cidade. Tinha ido passear. A senhora de idade que estava sentada ficou preocupada e me ofereceu o lugar. Ela disse que levantaria se eu quisesse. Insistiu várias vezes, mas eu falei que não precisava, e se alguém teria que me ceder o lugar não era ela, mas a moça que estava ao lado. A partir daí, a mulher veio com tudo”.
Após não dar a preferência e humilhar a aposentada, a mulher desceu na Avenida Capitão-mór Aguiar, poucos metros à frente, na companhia da idosa que tentou ceder o assento a Maria de Lourdes.
“Não sei se são mãe e filha, mas foram embora juntas. Eu fiquei um pouco desligada porque nunca tinha passado por uma situação dessas. Tenho 78 anos e as pessoas costumam ser educadas. Sempre me oferecem o lugar. O pessoal do ônibus ficou revoltado e gritando com ela”.
Moradora do bairro Tancredo Neves, em São Vicente, e ex-jornaleira no Embaré, em Santos, Maria de Lourdes teve uma depressão diagnosticada há pouco mais de quatro meses e, por recomendações médicas, tem evitado ficar em casa.
“A minha médica pede para eu ir passear, fazer compras, ir a bailes. Tenho feito tudo, menos dançar. Vivo com a minha Pretinha – uma cadela Poodle de 8 anos – e tudo que não quero é problemas e confusão na minha vida. Só achei que foi uma grande falta de respeito. Agora, deixa tudo isso pra lá”, sugere a aposentada.
Por fim, Maria de Lourdes espera que esse tipo de situação não se repita. “Espero que isso nunca mais aconteça comigo e, também, com outras pessoas. Acho que isso que aconteceu é uma falta de respeito e de educação. Só uma pessoa que não tem cultura pode fazer uma coisa dessas”, conclui.
O Estatuto do Idoso determina que as empresas detentoras do transporte público municipal reservem 2 vagas gratuitas às pessoas com 60 anos ou mais.