A Zona Noroeste é a principal área de expansão urbana da cidade, ocupando 39% do território de Santos, com 14 bairros e cerca de 100 mil habitantes. No começo, a Zona Noroeste era um imenso manguezal, cortado por rios que invadiam as casas em dias de chuva ou maré alta. Não havia água, luz ou qualquer sinal de infraestrutura. Tudo era precário, a começar pelas moradias, pequenos chalés fincados em terrenos aterrados, onde passavam riachos com fartura de peixes.
Os primeiros moradores enfrentaram muitas adversidades e a paisagem era bem diferente da atual. Nas extensas faixas de mangue, alagadiços e terras arenosas, os bananais dominavam, espalhando-se em uma exuberante vegetação tropical.
A história da Zona Noroeste começou, de fato, na década de 20, com a implantação da linha de bondes da Companhia City. Na época, os burros puxavam os carros. Mais tarde, os animais foram "aposentados" com a introdução do sistema elétrico.
O povoamento incipiente ocupou uma área conhecida como "atrás dos morros", em referência aos morros que cercam a região. Para chegar ao inóspito lugarejo, o bonde saída do Largo do Rosário (atual Praça Rui Barbosa) até o Matadouro Municipal (atual Centro Educacional e Esportivo do Sesi, na Avenida Nossa Senhora de Fátima).
Como os trilhos se limitavam às avenidas principais, o acesso aos atuais bairros do Santa Maria, Bom Retiro, Rádio Clube, entre outros, tinha que ser feito a pé. Em dias de fortes chuvas, o barco era o meio de transporte mais apropriado.
Explosão demográfica
O povoamento da região se intensificou na década de 50, quando muitos nordestinos vieram trabalhar no pólo industrial de Cubatão, que estava se formando com a construção da Cosipa. Já nos anos 60, com a desativação do bonde e a duplicação da Avenida Nossa Senhora de Fátima, principal via de acesso à região, iniciou-se a explosão demográfica na região, que hoje comporta quase um quarto da população de Santos.