Sábado, 13 de Setembro de 2014
1 mês após o acidente aéreo que matou o candidato à Presidência da República,Eduardo Campos (PSB)e mais 6 pessoas em Santos, no litoral de São Paulo, comerciantes e moradores que trabalham e vivem na área atingida ainda calculam os prejuízos. Eles aguardam uma posição da Justiça sobre indenizações e a definição dos culpados pela tragédia da manhã de 13 de agosto de 2014.
Um dos casos mais críticos é o do dono da Academia Mahatma, que fica na Rua Alexandre Herculano, no bairro Boqueirão. O estabelecimento, que funcionava há 40 anos e fica ao lado do terreno onde o avião Cessna caiu, está fechado para o público. Embora a fachada esteja intacta, a estrutura interna foi danificada e o prédio não possui seguro.
A decoradora Zuleika Saibro mora em um sobrado na Rua Vahia do Abreu, atrás do terreno onde a aeronave caiu. Ela estava em casa no momento do acidente e acordou com o barulho da queda. Por conta do susto daquele dia, ela explica que ainda é difícil ter uma noite tranquila de sono. "Qualquer barulhinho eu acordo assustada. Preciso tomar remédio tarja preta para dormir, porque toda aquela cena da minha casa com vidros quebrados, a gritaria na rua e a fumaça ainda estão muito vivas na minha mente", relata.
Zuleika diz que ela e o marido ainda não fizeram nenhuma estimativa do quanto vão gastar, mas afirma que o trauma psicológico é maior do que o financeiro. "Em todo canto da casa têm sinais de vidro quebrado e outras coisas que fazem lembrar da tragédia. Temos que esperar a perícia para poder entrar com pedido de notificação aos responsáveis pelo avião", diz.
Dos fundos da casa da decoradora é possível observar toda a área que foi destruída. Nas últimas semanas, a Prefeitura de Santos fez uma divisão com tapumes no terreno, como se fossem muros, delimitando os espaços que pertencem a cada residência. O local foi aterrado e quem olha de cima só percebe que houve uma explosão na região por conta das manchas de queimado nas paredes dos prédios vizinhos, janelas quebradas e telhados cobertos com lonas.